O óleo de tartaruga é uma das promessas do momento para recuperação da pele e cabelo. Tudo para regenerar o aspecto ressecado e quebradiço dos cabelos e deixar a pele com um toque de pêssego.
Mas, antes de prosseguir, é importante fazer um esclarecimento: a comercialização de matéria-prima assim precisa ser autorizada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis.
Aqui no Brasil, a venda do óleo é legalizada, porém, o fornecedor precisa do “ok”´ do Ibama. E existem fazendas especializadas na criação de tartarugas com este objetivo, entre outros.
A produção envolve o que há de mais moderno, é ecologicamente correta e completamente sustentável.
O óleo extraído da gordura da tartaruga está entrando com tudo no mercado da beleza, prometendo alto poder de hidratação e cabelos incríveis.
Isso mesmo, a tartaruga, um dos bichos mais longevos do mundo, que vive cerca de 200 anos, e é toda enrugada, está fornecendo seus ativos poderosos para produtos de beleza.
Geralmente, depois do abate para venda da carne do animal, é retirado o óleo, ou seja, as tartarugas não são criadas somente para produção de óleo.
Antes, as enormes tartarugas da Amazônia (podocnemis expansa) corriam risco de extinção. Agora que foi recuperada na natureza, pode ser mantida em criatórios gigantes, assim como fazemos com os jacarés. O resultado é o fornecimento de matéria-prima sem colocar o ecossistema em risco.
O que tem de especial no óleo de tartaruga?
Os benefícios do óleo de tartaruga são conhecidos há algum tempo pelos índios ribeirinhos da região Norte, que sempre utilizaram a gordura do animal para proteger seus cabelos e pele. Sem falar na função expectorante do produto, embora não haja comprovação científica em relação a isso.
No entanto, não quer dizer que não haja respaldo sobre o que está sendo produzido no Brasil atualmente. O processo industrial de cosméticos com óleo de tartaruga tem, em um caso específico, acompanhamento científico a Universidade Federal de Uberlândia, por exemplo.
Existe marca de cosméticos que usa o óleo de tartaruga, mas nem todos aceitam bem os produtos.
Ainda há uma certa desconfiança em relação à qualidade dos xampus, condicionadores, sabonetes, máscara capilar, creme corporal, entre outros itens feitos para proporcionar alto poder de hidratação.
Porém, depois do primeiro contato, a impressão costuma mudar na maioria das vezes.
Os cosméticos, assim como o óleo de tartaruga, também precisam de aprovação antes de ir para o mercado. Neste caso, a Anvisa é responsável pela autorização.
Um pouco da história da criação de tartarugas no Brasil
Atualmente, cerca de 27 mil tartarugas são criadas em Goiás pela Cotomi Cosméticos. A empresa fabrica uma linha de produtos que já conta com 45 pontos de venda espalhados pelo país. O faturamento estimado é de R$300 mil para cada mil tartarugas abatidas para obtenção do óleo.
Com o manejo adequado, a taxa de sobrevivência dos quelônios chega a 95%. É o caso do maior criadouro de tartarugas do Brasil, localizado no Acre.
Para você ter uma ideia do impacto, na natureza, apenas um animal sobrevive a cada mil ovos depositados pelas tartarugas nas proximidades dos rios amazônicos.
O Ibama mantém um programa chamado Quelônios da Amazônia desde 1979, para promover o uso sustentável da biodiversidade e dos produtos resultantes do manejo adequado. De acordo com o Instituto, já foram preservados 70 milhões de filhotes de tartarugas até hoje.
Nossa fauna é uma riqueza ainda cheia de possibilidades a serem descobertas.
A biodiversidade brasileira é uma verdadeira maravilha, capaz de impulsionar a indústria de cosméticos e várias outras. Alguém duvida? Acho que não! O óleo de tartaruga está aí para provar. O meio ambiente, nossa pele e cabelos agradecem…
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